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5 de novembro de 2010


 
 Paranóia



Eu já tentei lhe esquecer tantas vezes,
que me perdi de mim mesma....
Tolerei minha falta de identidade
nos caminhos do pensar em você.
Tentei, ao fechar meus olhos,
sonhar coisas diferentes de você,
pessoas diferentes de você,
mas o hálito de desejo?
Era o seu... Sempre!
Eu não conseguia dormir a excitação
que me bania do meu próprio eu.
Olhei tudo ao meu redor
e me enodoava numa corda cipó,
enroscada no penhasco 
que dava num rio negro e frio; 
eu não conseguia me afastar
e nem tão pouco pular.
Qualquer lugar que eu pensar,
você estará por lá...
Obsessão ou tesão desmedido?
A verdade é que não sou mais eu,
me perdi e não mais me achei.
Hoje divago num tempo morno,
mas que ainda me aquece
como se dentro de um vulcão,
quando me percebo
brincando de esconde-esconde
com você pelos meus doudivanos sonhos.
Eu já tentei lhe esquecer tantas vezes, 
que me perdi da vida.
Exilei-me de minha comunhão
com a universalidade, 
em lamúrias,
em comoções, desalentos
que nem mesmo o tempo
em seu maior evento
será capaz de abrandar porque? 
Já faz tanto tempo que deixei você,
que me perdi nos séculos,
na distância, nos meus medos
de não conseguir lhe esquecer,
que me esqueci de voltar
quando adentrei a paranoia de viver você...




Edna Fialho

5 comentários:

  1. Esse veio do fundo da alma ne mulher linda!
    Você escreve tão profundo que a gente entra no poema.. isso é mágico. Amo muito tudo isso!

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  2. Muito bem redigida a sua emoção. Maravilhosa entonação. Parabéns e muito sucesso no novo empreendimento. Bjus

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  3. Que poema é esseeeeeeee
    D+++++++
    :) Olha a cada dia melhor!
    Quanta sensibilidade. :)

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  4. Esse é simplesmente divino.Que bom ler coisas da alma. D++

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  5. Muito bem erredado garota. Parabéns minha linda.
    Ferrati

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