Os versos que te dou
Fascinada em delírios do amor que te sinto,
rabisco palavras lascivas num papel desbotado,
rebentos de lágrimas marcadas pelo tempo,
busco nas lembranças
o formato do teu rosto enevoado...
o formato do teu rosto enevoado...
Mantenedora ainda desse discurso cheio de sentimentos,
a pena tem pena de rabiscar palavras soltas,
mas o coração escreve
mas o coração escreve
O papel funde grafias distorcidas
já que a voz falha
e atrapalha o meu expor,
já que a voz falha
e atrapalha o meu expor,
um destino sem páginas
se apresenta,
se apresenta,
tentando registrar
meu endividamento de amor.
meu endividamento de amor.
Escrevo meu avesso,
as feridas lambidas pelo tempo.
Escrevo a ausência
de mim mesma,
as estruturas psíquicas
de um amor doente, mordaz,
as feridas lambidas pelo tempo.
Escrevo a ausência
de mim mesma,
as estruturas psíquicas
de um amor doente, mordaz,
porém, translúcido e intenso,
eterno além das dores,
eterno além das dores,
porque amores são amores
em nada iguais.
em nada iguais.