Candeeiro
Não se pode impedir um corpo flamejante
que só quer se expor, promover frenesi
ao se desnudar por inteiro, ou em partes,
aguçando o imaginário de quem observa,
suas explosões incendiárias, numa ritualística
que queima olhos meninos;- de fascínio!
Na loucura da boca sedenta do beijo
segregando demências;- no toque que promove
o suor dançante que escorre e incorre excitação,
não se pode calar a fúria lasciva do grito
que só quer gritar um corpo envolto em...”desejo”.
Não se pode embrulhar para presente
um corpo conciso em si a evidenciar-se "oferta"
à estrada de pecados, exaltado em luxúrias,
e, execuções de gozos em liquidações de prazeres,
a se mostrar de saltos altos, no palco,
entre pernas ornadas por rendas e fitilhos.
Sedosas meias, encobrindo, parcialmente...
as coxas que inflamam quando declamam seus ofícios,
engendrando movimentos persuasivos,
voluptuosos, embebidos no afrodisíaco néctar
de exuberante corpo a compor o paraíso perdido.
Não se pode impedir um corpo exaltado
de exibir delícias, lambuzado de malícias,
nas mágica nuances do remelexo dos quadris
a oferecer-se à capciosos olhares,
à cobiça das mãos que querem tocar, rasgar...prazer!
Não se pode deixar de experimentar
a perversão gostosa, libertando
e algemando vontades que escravizam,
atiçam movimentos desordeiros
escritos em pergaminho pagão
decretando a maior sentença
desse corpo pecaminoso... " a sedução"!
Edna Fialho