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21 de janeiro de 2013

VAI-TE!












 VAI-TE!
Vai-te coração destroçado;
Pisoteado, desassossegado.
Vai-te, assim, ensanguentado
Respingando sargaços,
Acorrentado e perfurado
Da adaga traiçoeira.
Vai-te inteiro
Mesmo que em metades, em cacos,
Mas saia deste peito
Aberto e tão fechado
Que te guarda no abandono
Na dor, — centrifugado, esmiuçado.
Vai-te do fio da navalha
Que corta a carne,
Que divide sonhos
Perfura sentimentos,
Desatina atos covardes,
Desolação e trapo.
Vai-te pra longe; suma em precisão.
Quem sabe deixes nascer
Outro coração
Perfeito, inteiro... de fato!
Edna Fialho

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