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8 de novembro de 2010

 

Penúria


Imensa lacuna 
se instaurou entre nós.
O que foi feito da voz
que aturdia levando-o a loucura,
quando me ouvias, e nua,
eu passeava no clarão dos holofotes de seu olhar 
a iluminar minhas curvas?
A distância se instaurou
quando você me levou de mim.
Tropecei, cai e não vi o dia 
se aclamar distância.
Os enigmas de peregrinas missões;
avistei de longe... partirem.
Tormentos avivados  
nos marejados olhos
lhe redesenhando em cada movimento do mar, do vento...
Distância infâmia que nos levaram
a outros rumos cada vez mais sem nos.
Perdi a voz, sangrei ninh’alma, 
esfolei meu corpo.
Desgosto!
Estradas empoeiradas
se embaçam em meu olhar perdendo-me de você.
Comportamento hostil
que me deixa vazia, 
sem alegria,
na tempestade de gelo
em que me atirastes, e eu... Morri! Não percebi!
Eu me iludi!
Sua mesquinhez,
pequenez desmedida
de furar-me a ferida
com canivete enferrujado, 
torto, varando-me o corpo,
destroçando-me o espírito
 errante,em desalinho,
doeu tanto que
nunca mais pensei,
que um dia eu existi pra você!

Edna Fialho

2 comentários:

  1. Sinceramente eu sou um devorador de textos e os seus são ótimos. Parabéns pela desenvoltura de cada verso e pelo que sentes. Tudo está ai exposto, questão de bom gosto.
    Ferrati

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  2. Olha só isso que escreves? Isso é muito lindo e rico de intensidade. Amo tu mulher... Parabéns

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