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7 de novembro de 2010

Cuspe e giz

  
Emoldurada em tela preta,
o branco de tuas curvas surgem.
Como uma aparição que cambaleia
até se firmar, invade a imaginação
e permeia minha visão cansada 
de te buscar.
Seria o frio do giz que nada fala, 
apenas me instiga rabisca 
suas curvas precisas,
percalços que divagam 
o meu querer por ti?
Alma errante em corpo pulsante
no desejo do beijo, do cheiro
do corpo morno, - engôdo!
Meu desalento, desassossego.
Tormento estampado
em uma cena presa à cama,
que se perde a te desenhar
testemunhando do meu rabiscar 
a tela preta.
O giz esfarinha-se,  
com epígrafe da alma dispersa
que começa a configurar momentos.
O retrato se faz presente,
na minha frente e traz certezas, 
decepções...
são magias as minhas fantasias,
de tocar cada pedacinho de ti,
reler teus lábios murmurantes
e carentes do corpo meu.
A luz incide diáfana como o tule
que encobre as curvas desejosas
de um corpo; - diamante, vigoroso
transpondo as estrelas  
que qualhavam o céu,
para o firmamento 
dos meus olhos pidões.
Fiz-me reluzir, te atrair
no negro bréu, ao cuspe do branco giz.
Assim, feliz te possui em meus sonhos
e fiz amor em teus contornos,
estornos da minha necessidade insana
de viver em ti e...
convergir pensamentose ações
que vão tirar-lhe de uma tela parada
para adorná-la à tela molhada
do meu corpo nu, suado
e enevoado de excitação... _Vem!


Edna Fialho

12 comentários:

  1. Que texto lindo de viver.... Parabéns mais uma vez. Bela colocação....
    Ferrati

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